Revolução Constitucionalista de 1932: Um Marco na História Brasileira

Descubra a história da Revolução Constitucionalista de 1932, um levante em São Paulo contra Getúlio Vargas, que lutou por uma nova Constituição e democracia no Brasil.

9 de julho de 2025, quarta-feira, faltam 6 meses, 13 dias.

Revolução Constitucionalista de 1932: Um Marco na História Brasileira - dia 9/7

Entenda a Revolução Constitucionalista de 1932: Um Levante Paulista pela Democracia e Autonomia


A Revolução Constitucionalista de 1932, também conhecida como Guerra Paulista, foi um importante movimento armado ocorrido no Brasil que teve como objetivo principal a promulgação de uma nova Constituição para o país. Este evento é um marco na história brasileira, refletindo as tensões políticas e sociais da época. Neste artigo, exploraremos o que foi a Revolução Constitucionalista, como ela ocorreu, quando e por que aconteceu.

O que foi a Revolução Constitucionalista de 1932?


A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante armado iniciado no estado de São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Após a Revolução de 1930, que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes, Vargas assumiu o poder com a promessa de convocar uma Assembleia Constituinte para redigir uma nova Constituição. No entanto, essa promessa não foi cumprida imediatamente, gerando descontentamento entre vários setores da sociedade, especialmente em São Paulo.

Como ocorreu a Revolução Constitucionalista?


A Revolução Constitucionalista começou em 9 de julho de 1932, com a mobilização de tropas paulistas contra o governo federal. O conflito foi marcado por intensos combates entre as forças revolucionárias de São Paulo e as tropas federais leais a Getúlio Vargas. Os revolucionários contavam com o apoio de diversos segmentos da sociedade paulista, incluindo estudantes, profissionais liberais, e membros da elite política e econômica do estado.

As forças paulistas foram lideradas por figuras como o general Isidoro Dias Lopes e o coronel Euclides Figueiredo, enquanto o governo federal contou com a liderança militar de generais como Pedro Aurélio de Góis Monteiro. Os combates ocorreram principalmente no interior de São Paulo, mas também em regiões fronteiriças com outros estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Quando ocorreu a Revolução Constitucionalista?


A Revolução Constitucionalista teve início em 9 de julho de 1932 e durou até 2 de outubro do mesmo ano, totalizando quase três meses de confrontos. Este período foi marcado por batalhas significativas, dificuldades logísticas para ambos os lados e um grande impacto na vida cotidiana dos paulistas.

Por que ocorreu a Revolução Constitucionalista?


A Revolução Constitucionalista teve várias causas, incluindo:

  • Descontentamento Político: A frustração com a falta de cumprimento da promessa de convocar uma Assembleia Constituinte foi um dos principais motivadores. São Paulo, em particular, sentiu-se prejudicado pela centralização do poder no governo provisório de Vargas.
  • Autonomia Estadual: Muitos paulistas desejavam maior autonomia para o estado de São Paulo, que era a região mais rica e industrializada do país. A Revolução de 1930 havia diminuído a influência política de São Paulo no cenário nacional.
  • Clamor por Democracia: A luta pela restauração da ordem democrática e constitucional foi uma bandeira importante para os revolucionários, que queriam um governo baseado em uma Constituição legítima.
  • Economia e Poder: A elite econômica de São Paulo, composta principalmente por cafeicultores e industriais, viu seus interesses ameaçados pelo governo centralizador de Vargas e desejava recuperar sua influência.

Desfecho e Consequências


Apesar da bravura e da determinação dos revolucionários paulistas, a Revolução Constitucionalista terminou com a derrota das forças de São Paulo em outubro de 1932. O governo federal conseguiu esmagar a rebelião, mas o movimento teve importantes consequências políticas.

Em 1933, Getúlio Vargas convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na promulgação da Constituição de 1934. Embora a revolução tenha sido militarmente derrotada, ela cumpriu parcialmente seu objetivo de pressionar o governo federal a restabelecer a ordem constitucional no Brasil.

Legado da Revolução Constitucionalista


A Revolução Constitucionalista de 1932 deixou um legado duradouro na história do Brasil. Em São Paulo, o movimento é lembrado como um símbolo de resistência e luta pela democracia e autonomia estadual. O dia 9 de julho é comemorado anualmente como um feriado estadual em São Paulo, em homenagem aos combatentes e às ideais da revolução.

Além disso, a revolução contribuiu para a formação da identidade política e cultural de São Paulo, consolidando o estado como um importante centro de oposição ao autoritarismo e à centralização do poder.

Curiosidades sobre a Revolução Constitucionalista de 1932


  1. Participação de Voluntários Civis: A Revolução Constitucionalista viu a mobilização não apenas de soldados regulares, mas também de milhares de voluntários civis, incluindo estudantes, profissionais liberais e trabalhadores, que se alistaram para lutar pela causa constitucionalista.
  2. MMDC: O movimento é frequentemente associado ao MMDC, sigla formada pelas iniciais dos nomes dos quatro estudantes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) mortos em um confronto com as forças federais em maio de 1932, cujas mortes ajudaram a catalisar a revolução. A sigla tornou-se um símbolo da luta e do sacrifício pela causa constitucionalista.
  3. Rádio Propaganda: Durante a revolução, os constitucionalistas usaram uma estação de rádio clandestina chamada "Rádio MMDC" para transmitir mensagens de propaganda, notícias e informações estratégicas, tentando manter o moral das tropas e ganhar apoio popular.
  4. Mobilização de Recursos: Para financiar a revolução, os paulistas fizeram campanhas de arrecadação de fundos e até mesmo derreteram utensílios domésticos de prata para produzir balas. Esse esforço mostrou a determinação e o apoio da população à causa.
  5. Aviação: A revolução viu um dos primeiros usos significativos de aviões em combates no Brasil. Ambos os lados utilizaram aviões para reconhecimento e bombardeio, marcando um avanço tecnológico nas táticas militares brasileiras.
  6. Impacto Cultural: A revolução teve um impacto duradouro na cultura e na memória coletiva de São Paulo. Até hoje, o dia 9 de julho é comemorado com desfiles cívico-militares, cerimônias e eventos que lembram a importância histórica do movimento.
  7. Obelisco do Ibirapuera: O Monumento ao Soldado Constitucionalista, também conhecido como Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, é um marco icônico que homenageia os participantes da revolução. É o maior monumento da cidade e guarda os restos mortais de combatentes importantes, simbolizando a memória da luta pela Constituição.
  8. Marcas da guerra: A ponte da divisa de São Paulo e Minas Gerais, que liga as cidades de Igarapava e a cidade de Delta, ainda é possível ver as marcas do confronto, onde se vê buracos de balas na estrutura de ferro.

Conclusão


A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um momento crucial na história do Brasil, refletindo as tensões políticas, econômicas e sociais da época. Embora tenha sido uma revolta militarmente derrotada, seu impacto político foi significativo, levando à convocação de uma nova Assembleia Constituinte e à promulgação da Constituição de 1934. O legado da revolução continua a ser celebrado e estudado como um exemplo de luta pela democracia e pela autonomia estadual no Brasil.


FAQ - Perguntas frequentes sobre a Revolução Constitucionalista de 1932:


1. O que foi a Revolução Constitucionalista de 1932?
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante armado iniciado em São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas, com o objetivo de promulgar uma nova Constituição para o Brasil.

2. Quando ocorreu a Revolução Constitucionalista?
A revolução começou em 9 de julho de 1932 e durou até 2 de outubro de 1932.

3. Por que a Revolução Constitucionalista aconteceu?
A revolução ocorreu devido ao descontentamento com a falta de uma nova Constituição prometida por Vargas, a centralização do poder, o desejo de maior autonomia estadual para São Paulo e a luta pela restauração da ordem democrática.

4. Quem liderou a Revolução Constitucionalista?
As forças paulistas foram lideradas por figuras como o general Isidoro Dias Lopes e o coronel Euclides Figueiredo.

5. Quais foram as consequências da Revolução Constitucionalista?
Embora derrotada militarmente, a revolução levou à convocação de uma Assembleia Constituinte e à promulgação da Constituição de 1934, marcando um importante passo para a restauração da ordem constitucional no Brasil.

6. Como a Revolução Constitucionalista é lembrada hoje?
A revolução é lembrada como um símbolo de resistência e luta pela democracia e autonomia estadual. O dia 9 de julho é comemorado como um feriado estadual em São Paulo em homenagem aos combatentes da revolução.

7. Por que é feriado em São Paulo?
O dia 9 de julho é feriado estadual em São Paulo em homenagem aos combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932, celebrando a luta pela democracia e autonomia estadual.


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